Acessibilidade

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Acessibilidade é um dos principais temas tratados pela área de IHC (Interação Humano-Computador), esse termo pode ser definidona ideia de permitir que o maior número possível de usuários possa utilizar algo independente de suas limitações.

Segundo o dicionário Michaelis é possível definir Acessibilidade como:

  • Facilidade de acesso; qualidade do que é acessível
  • Facilidade de aproximação, de procedimento ou de obtenção

Existem outras definições sobre o termo que ganha novas interpretações e análises com o passar dos anos. Atualmente, segundo a lei nº 13.146 (06 de julho de 2015), pode-se definir esse termo como:

“possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida” 


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Com a crescente importância da inclusão do maior número de pessoas dentro dos mecanismos de uso da internet, se viu necessário a criação de leis que fizessem os sites e recursos seguirem regras e padrões que auxiliem pessoas com algum tipo de limitação a utilizá-los. Estados Unidos da América, Canadá e Austrália, se caracterizam por terem sido os primeiros a criarem leis que englobam acessibilidade. Com o passar do tempo outros países aderiram a ideia, como Reino Unido, Portugal, Japão e Coréia.

No Brasil existe a lei 13.146 de 06 de julho de 2015 (Estatuto PcD):

“Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”

Quais as vantagens de se ter um produto com acessibilidade? São diversas os motivos que culminam na criação de um projeto com acessibilidade dentro do mercado, algumas podem ser exemplificadas:

  • Possibilidade de atingir 100% do público alvo 
  • Atender melhor todas as pessoas
  • Fidelizar clientes 
  • Atender com qualidade novos clientes que surgem com a inclusão digital 
  • Dar apoio ao crescimento do consumidor acima dos 65 anos… 
  • Manutenção mais rápida e barata, com melhor performance e diminuição dos custos 
  • Diferencial competitivo e melhoria da qualidade 
  • Valorização da diversidade e responsabilidade social

Pessoas com algum tipo de privação, seja ela visual, motora, auditiva ou mental, ocupam cerca de 23,9% da população brasileira, segundo o IBGE de 2010. No mundo cerca de 650 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência segundo a ONU.

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A utilização de todo o tipo de recurso disponível em qualquer lugar é indispensável, sejam eles físicos, como o acesso a um local por meio de uma rampa, ou online, como no caso de uso de tecnologias assistivas, que incluem softwares de leitura de websites, onde são utilizados por pessoas com privações na visão.

Não é somente pessoas com deficiências que necessitam da acessibilidade no dia a dia. Pessoas idosas, que normalmente possuem pouca experiência em tecnologias modernas ou baixa visão e algumas dificuldades motoras, podem possuir limitações que devem ser respeitadas, quando ocorrer o uso dessas tecnologias.

Segundo o censo demográfico de 2010, o número de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil, quadruplicará até 2060, alcançando os 26,8% da população, e segundo a ONU em 2014, no mundo, a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais alcançará 2 bilhões em 2050. Além de pessoas com deficiência e idosos, também é necessário atender diversos outros tipos de pessoas: novos usuários que ainda estão aprendendo usar algum serviço ou produto e necessitam de ajuda para tal.

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Podemos definir características que esses usuários podem apresentar:

  • Incapacidade de ver, ouvir ou deslocar-se, ou grande dificuldade – quando não a impossibilidade – de interpretar certos tipos de informação. 
  • Dificuldade visual para ler ou compreender textos. 
  • Incapacidade para usar o teclado ou o mouse, ou não dispor deles. 
  • Insuficiência de quadros, apresentando apenas texto ou dimensões reduzidas, ou uma conexão muito lenta à Internet.
  • Dificuldade para falar ou compreender, fluentemente, na língua em que o documento foi escrito 
  • Ocupação dos olhos, ouvidos ou mãos, por exemplo, ao volante a caminho do emprego, ou no trabalho em ambiente barulhento. 
  • Desatualização, pelo uso de navegador com versão muito antiga, ou navegador completamente diferente dos habituais, ou por voz ou sistema operacional menos difundido

Também pode-se citar exemplos de barreiras que esses usuários podem enfrentar na web, como por exemplo, falta de textos alternativos para imagens, vídeo e áudio; formulários e controles que não podem ser operados pelo teclado; estrutura e layout de sites inconsistentes ou complexos; tamanhos e cores de fontes que não podem ser adaptados pelo usuário; marcação inválida ou estrutura de marcação insuficiente.

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Porém existem recursos que podem ser utilizados para solucionar esses problemas citados acima, fontes com tamanho mínimo de 12 pontos, opção de aumento/diminuição do tamanho da fonte, opção de alteração de cor, texto com linguagem mais próxima da realidade do usuário, agrupamento de informações relacionadas, centralização da informação essencial, são exemplos de alternativas para facilitar o uso de um website por toda a comunidade.

Os padrões W3C para web (http://www.w3.org/) são reconhecidos mundialmente por padronizar a necessidade dos usuários sobre a acessibilidade, eles possuem o processo de desenvolvimento dos padrões, também é aberto com diversas maneiras de participação e são reconhecidos em diversos países, inclusive o Brasil.

As principais diretrizes acessibilidade web do W3C/WAI são:

  • Acessibilidade em conteúdo para web (WCAG) – define as exigências e critérios específicos para desenvolvedores de web sites 
  • Acessibilidade para ferramentas de autoria (ATAG) – foca nos softwares que são usados para gerar conteúdos web 
  • Acessibilidade para ferramentas de usuário (UAAG) – foca os navegadores e media players que renderizam conteúdos web

A definição de diretrizes para a criação de interfaces é bastante utilizada no contexto de interação humano-computador,  utilização dessas diretrizes consiste em enumerar um conjunto de princípios e de orientações para a solução de problemas conhecidos, e com soluções de reconhecida eficácia. Para adequar algum produto a usabilidade é recomendado utilizar as diretrizes de Acessibilidade: WCAG 2.0, que são elas:

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  1. O conteúdo deve ser perceptível 
    • Prover alternativas para todo conteúdo não-textual
    • Prover alternativas sincronizadas para multimídia
    • Garantir que as informações e a estrutura do site estejam separadas da apresentação
    • Facilitar a distinção entre informação e o fundo de tela
  2. Os elementos da interface devem ser operáveis 
    • Permitir que todas as funcionalidades sejam operáveis via teclado
    • Permitir que os usuários tenham controle sobre o limite de tempo para leitura
    • Permitir que os usuários evitem conteúdo que cause ataques ou reações fotossensitivas
    • Prover mecanismos para ajudar os usuários a encontrar conteúdo, se orientar e navegar pelo conteúdo
  3. Os conteúdos e controles da interface devem ser de fácil entendimento 
    • O conteúdo textual deve ser fácil de ler e entender
    • Fazer com que as páginas da Web apareçam e funcionem de modo previsível 
    • Ajudar os usuários a evitar e corrigir erros 
  4. O conteúdo deve ser suficientemente robusto para funcionar com tecnologias atuais e outras tecnologias vindouras (inclusive tecnologia assistiva)
    • Garantir que o conteúdo é acessível, ou prover alternativas acessíveis, quando não for possível

A avaliação da acessibilidade tem como objetivo encontrar barreiras em páginas web e pode ser realizada por meio de ferramentas automáticas e de revisão direta. Os métodos automáticos são geralmente rápidos, mas não são capazes de identificar todas as vertentes da acessibilidade. Assim é recomendado complementá-los com avaliação humana para garantir a clareza da linguagem e a facilidade da navegação.

Uma inovação foi inspirada inicialmente nas necessidades de pessoas com alguma privação, e através disso, pôde proporcionar diferenciais de conforto e segurança. Através dessa ideia, foi proposta a criação de um Design Universal, que corresponde a tecnologia desenvolvida de maneira flexível o suficiente para acomodar as diversas habilidades humanas sem sacrificar a estética, a eficácia, ou o custo.

Esse modelo possui alguns princípios a serem seguidos:

  • Uso equitativo: O produto do design deve ser útil e pode ser adquirido por pessoas com habilidades diversas
  • Flexibilidade no uso: O resultado do design deve acomodar uma grande variedade de preferências e habilidades individuais
  • Simples e intuitivo: O uso do design deve ser fácil de entender, independentemente da experiência, do conhecimento anterior, das habilidades linguísticas ou do nível de concentração corrente
  • Informação perceptível: O produto do design deve apresentar a informação necessária ao usuário efetivamente, independentemente das condições do ambiente ou de suas habilidades sensoriais
  • Tolerância ao erro: O produto do design deve minimizar o risco e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais
  • Baixo esforço físico: O produto do design deve ser usado efetivamente, confortavelmente e com um mínimo de fadiga
  • Tamanho e espaço apropriados para aproximação e uso: Tamanho e espaço apropriados devem ser oferecidos para aproximação, alcance, manipulação e uso independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do usuário

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O acesso à informação é um direito de todo cidadão, assegurado pela Constituição, portanto, os recursos web devem ser adequados através da acessibilidade para todas as pessoas, para que possa auxiliar na disseminação de conhecimento e de acesso a serviços da melhor maneira possível.

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